Resenha do Filme Para Sempre Alice

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS
Jornalismo de opinião
Juliana Baratojo Soares
1/2015
Compreendendo o Alzheimer com “Para sempre Alice”
Esquecer onde mora, o que aconteceu ontem e as palavras que queria usar. Não ter mais certeza de quem é, não conseguir reconhecer os rostos e simplesmente não ter como mudar isso. Essa é a realidade de aproximadamente 35 milhões de pessoas que sofrem da Doença de Alzheimer no mundo. O filme “Para sempre Alice”, dos diretores Richard Glatzer e Wash Westmoreland, aborda esse tema de uma forma comovente e inspiradora.
No papel principal, Julianne Moore ganhou um Oscar pelo seu incrível desempenho ao interpretar Alice, uma mulher de 50 anos que começa a desenvolver a doença precocemente. A atriz não só traz a tona a confusão que é sentida durante os diferentes estágios do Alzheimer, mas também faz com que pensemos como seria se algo assim ocorresse com a gente. É possível reconhecer na atriz um pouco de nós, de nossos pais, de amigos e do nosso medo de uma doença que ainda está muito longe de ter sua cura descoberta.
Mostrando a evolução da doença desde a sua manifestação, o filme faz com que mergulhemos no universo de quem sofre com esse mal. E, depois de assisti-lo, se assustar com tudo que não conseguir lembrar e pesquisar formas de prevenção à doença é natural. Acompanhando o raciocínio e pensamentos de Alice, quem assiste ao filme consegue ver o lado do paciente, deixando uma questão intrigante na mente dos espectadores: como deve ser saber que um dia tudo será esquecido?
Além disso, o filme mostra a relação dos familiares com a doença, como as pessoas ao redor de quem a possui se comportam e lidam com isso. No decorrer de uma enfermidade como essa, é de se esperar que a família se mantenha unida. Porém, no filme, com o agravamento dos sintomas, o marido da protagonista começa a se distanciar para tentar seguir sua vida normalmente, e quem cuida dela acaba sendo a filha caçula, com a qual tinha,