Resenha do filme "Elizabeth"

Análise do filme Elizabeth: uma breve associação à Reforma Protestante.

Durante todo o período da Idade Média (do século V ao XV), a Igreja Católica foi a instituição detentora de maior poder na Europa. Todavia, na passagem do Feudalismo para a Idade Moderna, um acontecimento inusitado muda toda a estrutura do mundo europeu: a Reforma Protestante. Associada aos interesses burgueses na aceitação do lucro como algo promissor e não como pecado, bem como o interesse de retirar o poderio das mãos da igreja católica, a Reforma teve seu estopim com as 95 teses de Lutero, que condenavam muitas das práticas vigentes no catolicismo e propunham uma nova doutrina. Tais ideias espalharam-se por toda a Europa e foram base para inúmeras ramificações, tais como o calvinismo e o anglicanismo inglês. Todavia, a preocupação da igreja católica em perder seu poderio iniciou uma série de conflitos entre as duas religiões, a fim de que apenas uma fosse instaurada. Tais conflitos caracterizam a guerra dos 30 anos, que também tinha caráter político, presente na luta pela Hegemonia entre o Império Habsburgo, apoiado pela igreja católica e franceses que tinham o auxílio dos países protestantes, em prol de deter a expansão dos Habsburgs. A possibilidade de segregação entre igreja e estado, associada à necessidade de Henrique VIII casar-se com Ana Bolena em busca de um herdeiro homem, foram ferramentas fundamentais para o surgimento do Anglicanismo inglês, que transforma a situação político-religiosa da Inglaterra, tema central do filme Elizabeth. O filme inicia-se no reinado de Mary Tudor, católica, filha legítima de Henrique VIII com Catarina de Aragão. Impossibilitada de governar, devido a um tumor maligno, Mary procura sua meia-irmã Elizabeth - filha de Henrique VIII com Ana Bolena - para substitui-la após a sua morte, uma vez que não tivera filhos. Contudo, pede que Elizabeth, protestante fervorosa, renda-se à fé católica e abandone seus valores. Tal pedido é negado e