RESENHA DO DOCUMENTÁRIO – A NEGAÇÃO DO BRASIL
“dentre todas as formas artísticas, tem talvez a capacidade mais robusta de tratar de maneira instrutiva de temas entrelaçados do espaço e do tempo. O uso serial de imagens, bem como a capacidade de fazer cortes no tempo e no espaço em qualquer direção, liberta-o das muitas restrições normais, embora ele seja, em última análise, um espetáculo projetado num espaço fechado numa tela sem profundidade. (HARVEY, 2007, p.277)
Sendo o cinema e a televisão responsáveis por mostrar a história que não vivenciamos, de mostrar os lugares que não fomos, estas se tornam umas das principais formadores de visões de mundo. Visões essas que vão de maneira gradual, impedir que os negros tomem posição no mundo, e nesse sentido, recorremos a Renato Emerson dos Santos, quando ele diz que:
“Este se posicionar tem um duplo sentido: conhecer a sua posição (saber sobre o mundo em todas as suas configurações – física, econômica, social, ambiental, etc. – para saber que posição você ocupa nestas estruturas) e também tomar posição (se apresentar nos jogos e disputas, nas relações, em suma, agir na construção deste mundo do qual somos todos participantes e responsáveis)” (SANTOS, 2009, p7).
Sob esse prisma, quando temos um ocultamento dos negros nos meios midiáticos, ou mesmo, quando temos a representação do Negro de maneira pejorativa ou inferior nesses meios, nós estamos (re)forçando para milhões de pessoas, que o negro não fez e não faz parte da história do Brasil, que a sua contribuição foi bem pouca, quase nula, estamos criando uma visão de mundo para inúmeras pessoas. Quando soma-se a isso o ocultamento desse negro nos livros didáticos e consequentemente nas matérias escolares, vemos de maneira nítida que se tenta fazer um “branqueamento intelectual”, de forma a se naturalizar que em um país onde mais da metade da