Resenha de Oração aos Moços

FICHAMENTO

BARBOSA, Rui. Oração aos Moços. 5.ed.Rio de Janeiro/RJ:Casa de Rui Barbosa,1997.

Corria o ano de 1920, quando Rui Barbosa, um dos homens mais proclamados na área jurídica brasileira, é convidado para paraninfar a turma de formandos daquele ano da Faculdade de Direito de São Paulo. A princípio ele recusara ao convite, no entanto, os estudantes não desistiram e tiveram, por fim, um sim como resposta. O seu discurso, A Oração aos Moços, se tornou tempos mais tardes, em um livro com o mesmo título. Com a saúde fragilizada o paraninfo não pode comparecer à colação de grau tendo seu discurso apresentado por outra pessoa, o professor Reinaldo Porchat. Barbosa inicia o seu texto com o fato de seus cinquenta anos de carreira coincidirem com a carreira nascente dos bacharelos. Continua a falar que embora, por infortúnios da vida, não estivesse presente em corpo, o seu espírito estava presente debaixo do mesmo teto que os formandos. O seu poder está presente ali é um milagre. “Milagre de quem respira milagre” (p.28). Através de palavras e ideias bem articuladas ele tenta convencer a todos de que quanto mais afastado da vista dos olhos; então é que mais está à vista do coração. A poesia transborda e Barbosa referindo-se aos formandos com o suavíssimo nome, filhos meus, apresenta outras vertentes do coração. Vertentes como fé, esperança, moral. Para ele, o coração tem funções para além das fisiológicas. O coração é o “músculo da vida e da nobreza e da vontade humana” (p.28). Logo, é no coração que nasce a dedicação ao Direito. A memória também ganha espaço fazendo com que Barbosa relembre os seus feitos pelo país. Terá sido uma forma de incentivar aos bacharelos a trabalharem a favor da nação? “Tenho o consolo de haver dado a meu país tudo o que estava ao meu alcance” (p.32). Porém, depois de sua longa jornada, considera-se sem os créditos do personagem grego Ulisses. O discurso prossegue e Barbosa abre espaço para comentar sobre uma espécie