Resenha de Nada na Língua é por acaso de Marcos Bagno

754 palavras 4 páginas
Nada na língua é por acaso, de Marcos Bagno, reúne vários trabalhos do autor de maneira a expor que norma e regra são coisas bem diferentes, que a variação linguística está aí e não pode ser ignorada. Que erro é considerá-la um “erro” e mantê-la escondida sob o tapete de falsos rótulos como os de “língua” inculta”, “ignorância”, “defeito”. Bagno explica, sem entrar em grandes conceitos académicos, que a Sociolinguística se preocupa não só com a língua, mas com quem a fala e, por isso, considera vários aspectos que transcendem o conteúdo entre a letra maiúscula que inicia uma frase e o ponto final que a encerra. Afinal é preciso ter em conta de onde essa pessoa vem, para onde ela vai, em que situação ela se encontra, com quem ela se encontra. Pois a variação linguística não é um fenómeno que ocorre somente com quem tem baixa escolaridade ou vem de zonas rurais, uma vez que um indivíduo pode dizer duas coisas de modos diferentes num contexto mais formal ou informal. O rapaz que diz “as casinha amarela” em meio aos seus amigos poderá, muito bem, dizer a clientes seus: “as casinhas amarelas”. Tudo dependerá do monitoramento que ele fará de si em certa ocasião.
Passo a passo, Bagno, ilustra com grande precisão o resultado de muitas pesquisas que nos põem um espelho à frente e nos obrigam a reconhecer que a língua não é estanque, é um processo. O autor também explica porque é difícil para certas pessoas não reconhecerem a língua como processo cheio de variantes, variáveis, variações. Porque o falar comunica mais do que se quer dizer. Os fatores que nos ajudam a considerar que o “erro” é na verdade uma variação são os mesmos que fazem com que a fala de uma pessoa transite na linha imaginária entre o estigma e o prestígio, ora puxando para um lado ora para o outro. Essa linha existe, infelizmente, em cada um de nós, pois foi criada na Grécia antiga aquando da criação da primeira gramática. Ainda que essa tenha sido criada para que houvesse uma padronização necessária

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