Resenha Crítica

Resenha Crítica

O capítulo Pensar a complexidade ambiental, do autor Enrique Leff, apresenta a complexidade ambiental como a única possibilidade de enxergar a verdadeira causa da crise ambiental, em sua essência e, através da complexização do pensamento, reaprender a lidar com o ser e com o ambiente, e com a relação entre ambos.
O autor inicia o capítulo discorrendo sobre a crise da racionalidade, do simplismo, da padronização. Para ele, a crise ambiental decorre da falta de conhecimento, o que o autor chama de “desconhecimento do conhecimento”, que ocasiona a reprodução de atos impensados, praticados por pessoas alienadas. Tal crise se apresenta como o limite, o esgotamento da racionalidade.
Como via de solução para o problema da crise ambiental, o autor aponta a complexidade ambiente, uma reestruturação da forma de pensar o ambiente, fora da falsa sustentabilidade apresentada pelo mercado. Para isso, o autor propõe um reencontro do homem com o ser para, então, ter a experiência de pensar.
As vias de complexização apontadas pelo autor são a complexização do real, do conhecimento, do ser, do saber, do tempo e das identidades.
O real, conforme a opinião do autor, sempre foi complexo. A ciência simplificadora é que desconhece a complexidade do real. Segundo Henrique Leff (2003, p. 39), “a ciência simplificadora, ao desconhecer a complexidade do real, construiu uma economia mecanicista e uma racionalidade tecnológica que negaram os potenciais da natureza”. Logo, essa visão limitada do real contribuiu para a aceleração da degradação entrópica do planeta.
Já, no campo do conhecimento, tem-se a ciência que surgiu como libertadora, como a resposta para todas as perguntas, como uma salvadora e acabou se tornando a grande fonte de desconhecimento da humanidade.
Quanto à produção, o autor usa uma afirmação de efeito no início do tópico que aborda o assunto, Henrique Leff (2003, p. 42), “Somente um princípio chegou a ser tão universal como a idéia de deus: o mercado.”.