Resenha Crítica sobre o filme Blade Runner, o Caçador de Androides.

Contemplaram-se, exponencialmente nas últimas décadas do século XX, transformações inegáveis impulsionadas pela corrida armamentista e científica de um movimento duradouro denominado como Guerra Fria. Tal dinâmica histórica trajou reflexos intermitentes e duradouros, observados recorrentemente nos dias atuais e proféticos para os dias futuros. Tais mudanças acarretaram impactos importantes sob o âmbito cultural de toda uma sociedade e proporcionaram controvérsias, alvoroço e discussões inseridas nos mais diversos campos: palpáveis, intangíveis, artísticos e filosóficos. Esse texto, através de uma análise crítica do filme de ficção científica Blade Runner, de Ridley Scott, faz paralelos que concatenam tais mudanças paradigmáticas a uma abordagem específica de ramo da ficção científica, sob inferências pós-modernas.
Apresenta-se, inicialmente, um panorama geral sobre a obra estudada. O longa-metragem Blade Runner, o caçador de andróides, lançado pelo diretor britânico Ridley Scott em 1982, desenrola-se numa trama futurística – ano de 2017 – na qual a colonização do espaço já estava em andamento, em especial por conta da precariedade da vida no planeta Terra. O enredo se desenvolve inserido num cenário essencialmente angustiante: escuro, úmido e carregado de melancolia. Os mais ricos, sob a óptica do contexto fictício, migram para as colônias espaciais, enquanto o resto das pessoas permanece imersa no niilismo de seu planeta natal, já desprovido de valores, culturas e morais.
Nesse cenário, criam-se os chamados replicantes, uma qualidade de andróide altamente desenvolvida e humanizada, utilizada como servidora da raça humana através de serviços e tarefas diversas, desde as banais até aquelas de extremo risco – parcialmente escravizada para a satisfação de necessidades e prazeres de seus criadores. Com inteligência e força superior a dos próprios seres humanos, a trama central tem início quando um grupo de androides numa das colônias espaciais se rebela e mata uma