resenha: coração das trevas

Não se pode começar a resenhar esse livro, sem antes falar do autor, Joseph Conrad. Ele consegue em seu livro, não passar idéias, ou fatos estudados por pesquisas empíricas, ele escreve como se tivesse relatando suas memórias, e é isso mesmo o que está ocorrendo, lendo o prólogo e pesquisando sobre o próprio, podemos perceber o quão próximo Marlow esta de Conrad, quase um alter ego. A história se desenrola na áfrica negra, mais especificamente no Congo, um país que o próprio Conrad esteve por quatro meses, nos quais ele pode observar as atrocidades dos colonizadores europeus na região. O livro conta com uma narrativa continua, com poucas outras nenhuma explicação, e que mais tarde apenas na releitura para elaboração dessa resenha pude perceber que o autor fez uso disso, para prender o leitor e forçá-lo a pensar e refletir. Mais afinal, sobre que é livro, sobre qual ponto de vista devemos lê-lo? Cheguei à conclusão, mas não antes de discutir e ouvir outras opiniões, que esse livro é sobre o “ser humano”, e como esse “ser humano” consegue ser cruel sem perceber, como influencias podem afetar seu modo de agir e pensar. Alem do mais, podemos utilizar o livro para explicar um determinado homem, em um determinado tempo histórico. Esse homem do inicio do século XX, capitalista, imperialista, com a missão de levar o processo civilizatório para aonde fosse. Analisando agora, pude perceber que é nesse papel que se encaixa Kurtz, um homem admirado por todos pela sua capacidade de elevar essa moral civilizatória, de adquirir marfim como nenhum outro, e pela sua oratória. Mais esse mesmo personagem imperialista e “cruel” consegue também a admiração dos negros, e torna-se se um líder, quase um Deus branco para eles. Para mim Kurtz é a metáfora perfeita desse imperialismo, alguém com seus ideais e senso definidos, mais que foi devorado pela escura e densa floresta do imperialismo, alguém que partiu por uma causa, e morreu por outra sem perceber que havia modificado-se a