Resenha Cap.1 e 2 - O Capital, livro.1

Inicialmente é importante salientar que, ainda que todo trabalho produza valor de uso (sendo este trans-histórico), não é qualquer trabalho que gera valor. O valor é uma relação social de produção, existente somente em uma sociedade mercantil, e o valor de uma mercadoria está diretamente associado a seu poder de compra. Ou seja, o valor só existe se for socialmente reconhecido. Portanto, se todo produto independente for reconhecido socialmente, todos os produtos são mercadorias, e toda mercadoria possui valor.
O valor reflete as condições sociais de produção, e a sua medida, para Marx se expressa pelo tempo de trabalho socialmente necessário para se produzir um bem. O tempo de trabalho exigido para a produção, em média, de unidade de um determinado valor de uso, dadas a produtividade do trabalho e a intensidade do trabalho (dada a técnica, as condições de produção). A produção do valor de uso é, então, um veículo para a produção do valor, do poder de compra.
O produtor está interessado em produzir o que gerará poder de compra. O trabalho validado pela troca gera valor (direito sobre a riqueza social). O ato da troca se entende quando o outro reconhece o valor social do produtor, o valor de uso. Desse modo o produtor independente produz valor de uso para obter direito sobre essa riqueza social (poder de compra, valor).
As mercadorias se apresentam em formas relativas e equivalentes de valor, de tal modo que uma mercadoria sempre estará na forma relativa do valor, e a outra, por outro lado, sempre se apresentará na forma equivalente. Cada mercadoria particular pode expressar seu valor no corpo de todas as demais mercadorias. Por exemplo: tem-se um produtor de arroz. O arroz não possui valores diferentes, mas maneiras diferentes de expressar o mesmo valor. De modo que 1 kg de feijão possa equivaler a 2 kg de arroz, ou 4 kg de batata possam equivaler a 1 kg de arroz. O valor do arroz ou de qualquer mercadoria só irá mudar se mudarem as condições de produção. Ou