Resenha Black Athena

496 palavras 2 páginas
A imagem da Grécia antiga como ferramenta para o Colonialismo e para a hegemonia europeia

Martin Bernal, historiador nascido em Londres em 1943, filho de John Desmond Bernal, famoso físico britânico do século XX e neto por parte materna de Sir Alan Gardiner, um egiptólogo que participou do descobrimento da tumba de Tutankamon. Escreveu Black Athenas, em quatro volumes, ainda não traduzidos em português. Apresenta em sua obra um conceito revisado da Grécia Antiga, sob a influência cultural dos egípcios e fenícios.

Neste artigo intitulado A imagem da Grécia antiga como ferramenta para o Colonialismo e para a hegemonia europeia, Martin Bernal apresenta-nos como a História Antiga possa ser politicamente utilizada em um determinado tempo. Numa análise das mudanças ocorridas nas origens da Grécia antiga, passando por três fases que ele chama de Modelo Antigo até o Modelo Ariano mostra-nos o quanto uma ideologia política e cultural pode ser instrumento de domínio.
O Modelo Antigo, admitido e confirmado pelos próprios gregos, defendem que os fenícios e os egípcios como pais culturais de grande parte do que entendemos por grego. Este modelo é seriamente ameaçado durante o século XVIII, e começa a ser abandonado no século XIX, quando fenícios e egípcios foram catalogados como africanos e semitas. A lógica racista não admitia que aqueles povos que estavam sendo exterminados e escravizados tivessem contribuído para a formação da Grécia antiga. Muitas foram as artimanhas utilizadas em descrédito ao Modelo Antigo, dentre elas destaca o autor a inversão do ônus da prova, impingindo aos defensores do conceito já estabelecido a prova e não a prova de quem a contesta. Nasce então, o que Bernal vem a chamar do Modelo Ariano Ampliado, cuja as características são a predominância das referências indo-européia, afastando completamente as egípcias, mantendo ainda, as referentes aos fenícios. Entretanto, com o desenvolvimento do antissemitismo no final do século XIX,

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