Resenha Berman

Em ”Tudo que é Sólido se Desmancha no Ar”, Berman problematiza as experiências da modernidade e nos faz pensar a modernidade como um “turbilhão de permanente desintegração e mudança”, isto é, a modernidade promovendo incertezas, tirando a sociedade de sua forma estática. Berman aponta os diversos meios em que se dá inicio ao moderno: as descobertas científicas, trazendo à mudança de visão de mundo, a industrialização da produção, a dinamização de sistemas de comunicação, que visam abarcar variados pensamentos e necessidades, buscando padronizá-los e, isso se reflete também no meio de produção cultural, cada vez mais massificado. Estados nacionais cada vez mais fortes, movimentos sociais tomando forma e por fim, “um mercado capitalista drasticamente flutuante”.
O autor apresenta esse turbilhão da modernidade em três momentos: primeiro, a sociedade começa a experimentar os ares modernos, sem saber bem o que acontece. Segundo, com a Revolução Francesa, ganha vida um grupo que partilha os sentimentos de viver em uma era revolucionária. A terceira fase, vivida do século XX, exalta o auge da modernização, envolvendo a todos e a cultura do modernismo, ainda que em desenvolvimento, ontem grande sucesso.
Contudo, a dinâmica da vida moderna mostrava-se inconstante e fragmentada. Isto porque, a tudo que parecia sólido hoje, sejam teorias ou perspectivas, ao longo de uma semana já não possuía valor – desmanchava no ar. Pois aquela certeza logo seria substituída, atualizada e assim por diante. O caráter precário da modernidade em proporcionar sentido à vida das pessoas ficara rapidamente em evidência. Em conseqüência, o autor diz “[...] encontramo-nos hoje em meio a uma era moderna que perdeu contato com as raízes de sua própria modernidade”. (BERMAN, p. 26)
O personagem Saint-Preux, citado pelo autor, ilustra o sentimento conflitante comum à sociedade em três fases; suas considerações descrevem o turbilhão da vida moderna. Enquanto ele reafirma que quer ser “fiel ao