Representação politica

O espaço da representação política encontrou terreno fértil na Idade Moderna. Diversas instituições atuavam sob o prisma de interesses existentes, como os das atividades manufatureiras, cuja defesa foi articulada pelas guildas, os nobiliárquicos, assumidos pelos parlamentos ou dietas, os dos detentores de cargos do Estado, que foram atendidos pelas corporações de ofício. Pode-se perceber como diferentes setores da sociedade estavam se mobilizando, de modo articulado, para ter uma defesa estruturada no crescente entrechoque de interesses que o desenvolvimento das relações mercantis estavam estimulando no quadro de uma sociedade ainda marcada por profundos costumes medievais.Tal processo foi trazendo aos pensadores da época uma série de questões referentes ao lugar do indivíduo na coletividade ou, para usar os termos de Rousseau, às relações entre a vontade particular e a vontade geral. Por vontade particular, Rousseau identifica os interesses mais pessoais, ou egoístas, que têm capacidade de motivar uma ação no indivíduo. Por vontade geral, Rousseau identifica um conjunto de normas que resultam na ética pública, salutar para a harmonização da vida coletiva.
Ordem social, para Rousseau, é uma complicada fórmula resultante do cruzamento quase infinitesimal de ações motivadas por vontades particular e geral que os indivíduos assumem diante de si. Segundo o autor, o desenvolvimento histórico da coletividade humana foi um lento processo de separação dessas vontades. Mas esse desenvolvimento não foi necessariamente benéfico para a humanidade. Para melhor explicitar sua argumentação, o autor investiga a razão, como a faculdade principal e a responsável direta pelo aparecimento de um tipo específico de sentimento - o amor-próprio - que se contrapõe a outro mais natural - a piedade.
Esta é definida como um sentimento que tem capacidade ordenadora, em decorrência de seu efeito pacificador e, principalmente, identificador. Mediante a dor ou sofrimento alheio, um espectador