Representacao do indigena no livro didático

Representação da população indígena no livro didático. Quem nunca pensou, em algum momento, no livro didádito como uma fonte de ensino verdadeira e isenta de preconceitos e esteriótipos? Ao menos é assim que ele é percebido pela maioria dos professores do Brasil, que, muitas vezes o tem como única fonte de informação e embasamento para suas aulas e por isso mesmo é prescrito ao aluno como manual de pesquisa e estudo. Assim, ele vem revestido por uma carga de infalibilidade que à luz de uma reflexão crítica não subsiste. No que se refere em como a história dos povos indígenas tem sido abordada nos livros didáticos tem se uma representação esteriotipada e homogeneizada, marcada por conceitos eurocêntricos que sempre representou o Índio como um povo selvagen, preguiçoso ou ingênuo. Uma vez que o Brasil é um país que se caracteriza pela grande diversidade de grupos étnicos existente em seu território, atualmente há cerca de 220 etnias, em que cada um desses povos se diferencia uns dos outros por diversos fatores: língua, crenças, valores e costumes, a especificidade cultural desses povos tem sido desconsiderada na maioria dos livros didáticos existentes atualmente no mercado, é o que mostram as pesquisadoras Barbosa e Tonelli:
No que diz respeito ás culturas indígenas, são comumente mostradas também de modo homogêneo, desconsiderando as especificidades linguístico-culturais que os diferenciam. Vemos de modo recorrente indígenas vivendo seminus na mata, habitando em ocas e tabas, cultuando Tupã e Jaci, falando a língua Tupi e deitados em redes, imagem esta que os vincula à preguiça e inutilidade. (BARBOSA,2011. P. 52)

Através do que aprendemos com essas imagens que parecem congeladas no tempo de tão repetidas, por exemplo, sempre que o dia do índio deve ser comemorado nas escolas, acaba-se inculcando no imaginário do estudante que elas são a “essência” da cultura indígena, e que a mudança de tais características implicaria na perda da sua identidade