Reportagem sobre saúde mental
O antes, o durante e depois do desafio de conviver com as condições especiais da mente
Alegria, anciosidade e felicidade são adjetivos que descrevem a sensação de uma mãe enquanto espera a chegada do mais novo membro da família. Mas como seria a sua reação se no momento do nascimento do seu filho, você descobrisse que ele é uma criança especial? Que irá ao futuro, necessitar de uma atenção maior? E como lidar com os fantasmas do preconceito da sociedade que, já nos primeiros dias de vida, assombram o pequeno bebê? São duvidas que passaram pelo pensamento da mãe de João Paulo Padilha, 21 anos, morador de Salto do Jacuí, Donira Padilha. Portador de uma doença rara, João Paulo, ou Joãozinho como é carinhosamente conhecido, não se deixa abater pelas difíceis condições que a polisacaridose o impõe. “Um dos maiores desafios para mim é o preconceito da sociedade. Com a minha baixa estatura (uma das principais características da doença) muitas vezes sou alvo de retaliações ou até mesmo piadinhas maldosas”, comenta o estudante. Outra característica marcante do pequeno João é a sua grande determinação. Qualidade esta que é demonstrada nas palavras de carinho e afeição do fiel companheiro Junior Souza. “Conheço o João há muitos anos. Meu grande companheiro de inúmeras brincadeiras e diversas histórias divertidas. Não conheço qualquer outra pessoa nesse mundo que tenha tanta força de vontade e determinação como ele. Imagina ter tantas limitações e mesmo assim jamais deixar de lutar pela vida ou por qualquer um de seus ideais. Ele é um verdadeiro guerreiro”, diz Junior meio choroso. João é portador da mupolisacarisode nível 06. A doença afeta principalmente o sistema nervoso e acaba deixando a vida do pequeno rapaz muito limitada. “Consegui concluir o ensino médio, cheguei até pensar em dar continuidade aos meus estudos, mas por causa da doença, tenho crises nervosas frequentes, o que acaba fazendo com que eu