Rem dios que curam uma leitura das propagandas e da utiliza o dos medicamentos pela sociedade ludovicense 1850 1900 Carlucio Baima

4065 palavras 17 páginas
“REMÉDIOS QUE CURAM”: uma leitura das propagandas e da utilização dos medicamentos pela sociedade ludovicense (1850-1900)
Carlúcio de Brito Baima
A ascensão do papel do médico, na sociedade, impulsionado pelas correntes científicas que ganhavam força no século XIX, por exemplo, o positivismo, o evolucionismo e o darwinismo social, passaram a encontrar nos costumes utilizados pela população (curandeirismo) no combate a enfermidades um grande obstáculo para sua legitimação. Essas teorias difundidas na Europa são apropriadas pela intelligentsia brasileira e têm como propósito implementar novos parâmetros civilizacionais.
A tentativa de implementação desses parâmetros de civilidade e essas novas ideias sobre higiene e saúde pública bastante difundidas na Capital Federal, podem ser percebidas em diversos documentos, como, por exemplo, nos Códigos de Postura. Os Códigos de Postura eram um conjunto de leis que tinha como propósito disciplinar o comportamento das pessoas para instituir uma

cidade

moderna

baseada

em

três

princípios:

embelezamento,

seguridade/comodidade, higiene e salubridade1.
É esse o panorama que escolhemos para trabalhar uma outra medida utilizada para o combate a uma série de doenças: os medicamentos produzidos por farmacêuticos e indicados pelos médicos, que são divulgados diariamente nos jornais como o Elixir de Carnaúba Composto para combater a sífiles, as Pílulas de Feto Macho Vegetaes Assuearadas para o combate de lombrigas, o Vinho João Victal usado no combate da febre intermitente, entre tantos outros.
Porém, de que forma esses medicamentos ganharam força principalmente na segunda metade do século XIX? Quem são os responsáveis na difusão de remédios e de que forma a população utiliza tais panaceias no seu dia-a-dia? Tentaremos responder a essas perguntas mediante a análise das propagandas de medicamentos presentes nos periódicos, se as mesmas

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Utilizamos somente os códigos de 1866 e 1892 por serem os únicos existentes no recorte

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