Religião e prazer-sofrimento no trabalho

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Religião e prazer-sofrimento no trabalho

Embora tradicionalmente sejam reconhecidos por seus aspectos sagrados, em contraste com os valores secularizados das empresas que visam ao lucro financeiro, os sistemas religiosos tradicionais vêm transformando-se a fim de competir com outros sistemas de significação existencial (Berger, 1985), o que os torna menos “sacralizados”. A adaptação desses sistemas a um novo cenário crescentemente globalizado e competitivo traz uma convergência para uma visão mercantilizada de gerenciamento organizacional (Moore, 2004).

O fato é que, crescentemente, as organizações religiosas contemporâneas se aproximam de organizações não-religiosas, seja por seus modelos de gerenciamento, seja pela incorporação de outros sistemas axiológicos. Para Silva (2007), o ambiente das organizações religiosas acabou integrando características próprias das mudanças sociais e laborais, sobretudo as ligadas à liderança de instituições não religiosas, quais sejam: maior flexibilidade na produção, variabilidade de competências, carga maior de trabalho, decisões cada vez mais rápidas e, principalmente, uma produtividade cada vez maior, seja ela simbólica ou real.

Essa aproximação das organizações religiosas aos modelos seculares é evidenciada também pela análise do nível de concorrência entre as organizações religiosas (Berger, 1985). Para Guerra (2003), esse novo ethos do consumo entre as organizações religiosas faz com que o cenário religioso esteja atento também para as características da demanda de seus consumidores, assim como na lógica de mercado hegemônica na sociedade. Isso pode ser observado quando igrejas e denominações moldam suas mensagens, suas atividades e seus estilos de celebração direcionadas a maior consonância com a demanda de seus fiéis (Silva, 2007).

Em estudo realizado com 200 líderes de duas denominações protestantes brasileiras, uma de caráter tradicional e outra neopentecostal, Silva (2007) observou uma forte percepção de

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