Releitura de parabolicamará (gilberto gil): passar do tempo.

Releitura de Parabolicamará (Gilberto Gil):

Passar do tempo.
Autor: Danny Baioco

O tempo parecia não passar Para aquela jovem garota.
Acostumada com os gingados da capoeira
Via na luta,a dança da liberdade
Liberdade esta,que ela mesmo não possuía.
Andava pelos cantos inquieta
Cantos estes pequenos
Comparados com sua inquietação.
Esperava por algo que a libertasse
Porém não sabia o que era
E nem por onde viria.
Sabia somente que precisava de algo
Sem saber exatamente o que esse algo seria.
Procurou pelo mar
Através do horizonte
Mas nada havia por lá.
Procurou pelas ruas
Através dos carros
Uma resposta para sua agonia
Mas por mais uma vez sem saber do que se tratava
Não encontrou nada.
Sentia saudades
Sentia coisas que não sabia explicar.
Queria poder percorrer o mundo em um avião
E conhecer de pertinho toda aquela imensidão
Queria que o tempo passasse
Que o mundo mudasse
E assim aquela dor a deixasse.
Os anos passaram
E ela já não possuía mais tempo para nada.
Entre um desembarque e outro
Relembrava o sonho de mocinha
Este agora,realiza quase todos os dias.
A liberdade tão sonhada ela conquistou
Podia sair de casa
Sem se preocupar com o que deixava para trás.
Em seu bolso um celular,
E na bolsa um notbook
Cruzava o horizonte
Despreocupada e meio sonolenta
Fecha os olhos
E por um pequeno instante
Lembrou-se daquele pequeno lugar,
Da garotada jogando capoeira,
Da pequena jangada em que gostava de passear,
E da sua agonia sem explicação,
Esperando por algo que realmente não sabia o que era
E nem de onde viria
Lembrou –se da eternidade
Esperando pela tal da liberdade,
Lembrou-se da saveiro
E do gingado do berimbau costumeiro.
O tempo havia passado
E pouco a pouco seus sonhos foram deixados de lado
Sua vida passou,sem ser percebida
Sobrando apenas a dor da partida
E as poucas lembranças
Do seu pequeno,grande