Relações de consumo e obesidade

RELAÇÕES DE CONSUMO E OBESIDADE

A obesidade, fenômeno contemporâneo, cresce em proporções epidêmicas e em um País com níveis de intensa miséria e fome, exibe um crescimento, implicando ônus econômico ao País e adoecimento por parte da população.

Segundo a Força tarefa Latino-Americana de Obesidade, o governo brasileiro gasta para enfrentar o problema em torno de R$ 1 bilhão, que é usado para internações, consultas e remédios para tratar o excesso de peso, doenças ligadas e gastos com internação pelo Sistema Único de Saúde. Já nos Estados Unidos, gastam-se pelo menos Us$ 50 bilhões por ano para tratar a obesidade e suas consequências.

O grupo atingido pela obesidade ou por sobrepeso já se encontra em 40% dos brasileiros.

Definida como doença psicossomática, de caráter crônico, com determinantes genéticos, neuroendócrinos, metabólicos, dietéticos, ambientais, sociais, familiares e psicológicos está relacionada a diversos fatores.

É analisada para além da relação saúde-doença, mas sim como resultado das modificações do mundo contemporâneo que possibilitaram, por um lado, a flexibilização e o avanço tecnológico e, por outro, a precarização das relações de trabalho, sucateamento das políticas públicas, fragilização dos vínculos, ausência de espaços de pertencimento, processos de exclusão e alienação (próprios da sociedade de consumo).

Então, as pressões da moderna vida econômica explicitam-se na conjuntura e reproduzem-se no cotidiano dos sujeitos, tornando-os cada vez mais vulneráveis, ampliando as doenças secundárias que têm sua origem no estresse, fazendo com que os vínculos se fragilizem, com que os espaços de pertencimento sejam cada vez mais restritos.

Vêm circulando através de algumas manchetes um movimento de resistência, com o tema: “O mundo diz não às tentações”; O planeta está engordando; Dos seis bilhões de habitantes 1,4 bilhão está com excesso de peso. E a tendência é de que esse contingente continue crescendo; o problema é tão