Relatório filme Beleza Americana
As duas epigrafes que abrem minha resenha ilustram a discussão filosófica e social que a película propõe.
O titulo do filme apresenta uma ambigüidade proposital. A “beleza americana” pode está se referindo a beleza física e sexual, assim como, a uma rosa, muito cultivada nos EUA, que não tem espinho, nem cheiro, uma metáfora sobre o “vazio” do cidadão americano comum (a beleza da vida diária, ou a sua falta).
“Beleza Americana” coloca em xeque-mate o “american way of life” (jeito americano de viver), com ironia, sarcasmo, ceticismo e critica profunda da estrutura sociológica da modernidade, dos indivíduos e seus conflitos psicossociais. Coloca em xeque-mate a falsa sociedade, sua hipocrisias, a sexualidade, a sociedade de consumo, os estereótipos da beleza e as relações humanas.
O filme é um convite para refletirmos sobre a artificialidade da vida e sobre a “coisificação” humana no mundo globalizado construído por propagandas, o que nos remete a um discurso existencialista de quem realmente somos, se somos verdadeiramente alegres e, sobretudo, se gostamos de quem (ou, o que) somos.
O filme destaca uma típica família americana de classe media. Narrado postumamente por Leter Burnham, pai de família, meia-idade, executivo de trabalho exaustivo. Sua família é composta por Carolyn, esposa adultera, e Jane, típica adolescente insegura.
As cenas de masturbação de Lester representam à ideologia do filme e sua condição naquele momento: uma vida sem orgasmo (simbolicamente e literalmente falando), uma vida de voyeurismo.
Lester era definitivamente “odiado” pela família, vivia um casamento de fantoche, não conversava com a filha. A hora do jantar era um momento de mesmice e tédio. Não havia diálogo. Lester era um marido fracassado, um pai fracassado – um homem fracassado.
Lester era uma metáfora de