Relatorio

Zonas de Vertente

Fala-se de risco geomorfológico quando está em causa a segurança de pessoas e bens, devido a processos de evolução do relevo terrestre. Aqui se incluem os movimentos de massa ou movimentos de encosta ou, ainda, movimentos de vertente que dizem respeito aos movimentos de materiais sólidos ao longo das vertentes, induzidos pela acção da gravidade e influenciados por um conjunto de diversos factores, mencionados de seguida.

As condições geológicas são fundamentais, sendo de considerar a natureza dos materiais, bem como a sua disposição (Fig. 31), além da quantidade e orientação de fracturas (Fig. 32) e o grau de meteorização das rochas.
Tratando-se de fenómenos essencialmente gravíticos, a inclinação das vertentes é, naturalmente, um factor decisivo, de tal forma que, em regra, este tipo de ocorrências é favorecido por declives acentuados.
Sobrepondo-se aos aspectos geológicos e geomorfológicos, existem factores que desencadeiam os movimentos de massa, por gerarem instabilidade nas vertentes. Entre eles, a precipitação é, provavelmente, o mais importante, dada a frequência com que faz sentir a sua influência. Mais do que representar um acréscimo de massa, a água diminui drasticamente a coesão dos materiais, funcionando como um «lubrificante» muito eficaz nos movimentos de massa (Fig. 33).
Outra consequência da infiltração da água que tem de ser tida em conta é a resposta que ela suscita por parte dos maciços rochosos por onde circula. Este comportamento hidrogeológico varia de caso para caso, embora estejam identificadas situações características tendentes para a ocorrência de movimentos de encosta. Tal é o caso de sequências formadas pela alternância de camadas permeáveis e de camadas impermeáveis, argilosas, acabando estas por funcionar como lubrificantes, uma vez atingidas pela água infiltrada.
Nessas condições, as camadas superiores deslizam, especialmente se a sua inclinação for a favor do declive da vertente