Regina
Suspeito ao ser preso disse que 'obedecia mensagem superior'
Quem quer ser um milionário é um drama diferente, e, portanto, original, que compreende os elementos mais desejados dos públicos - carrega mitos heróicos e amorosos transpostos para os tempos atuais. Através de uma narrativa nada convencional, misturam-se na trama presente e passado distintos, porém ligados entre si e que apresentam uma conexão importante na vida simples e triste de Jamal Malik, um jovem sem instrução, apaixonado e perseguido por lembranças de uma infância/adolescência com cenas de miséria e violência, porém onde também não faltam risos e esperanças.
O filme tem muito de real, começando pela Índia, Mumbai, a cidade mais populosa, onde se passa toda a história. Longe de ser a espalhafatosa deturpação da realidade indiana, o filme coloca o telespectador no coração da metrópole de um país que lembra um pouco o nosso, porém, bem mais malogrado: um país das disparidades, de miseráveis e nobres, de céu e inferno lado a lado.
Jamal e Salim são dois irmãos que perdem a mãe ainda crianças, em um motim por motivos religiosos, e a partir daí são lançados às aventuras aterrorizantes que fazem parte do itinerário dos excluídos. Mas eles não estão sozinhos. A pequenina Latika, na mesma situação, também estará presente, em uma série de encontros e desencontros. É nesse contexto que são lançados às desgraças do mundo civilizado, à miséria e o sabor dos dólares.
Mas as três crianças irão crescer e se enredar nas tramas humanas ante o infinito poder de corrupção do dinheiro. Eles tomarão caminhos diferentes, não porque planejaram, mas pelas colisões casuais de suas vidas em seus vários contextos. Jamal, o irmão mais novo, passa a ganhar a vida servindo chá, Salim, o mais velho, encontra a vida no crime, e Latika conhece o gênero masculino em variações bestiais do patriarcalismo. Jamal e Latika mais do que companheiros de miséria, também