REGINA SILVEIRA
A escala foi crescendo. O atrevimento também.
Me interessa essa mudança de escala: sair do papel e ir para o mundo. Sair do museu e ir para a cidade.1
Atractor, 2011 instalação com vinil espelhado sobre fachada dimensões variáveis
Coleção da artista, São Paulo
Foto: Fabio Del Re
SILVEIRA, Regina. In: LOPES, Fernanda. Mundo de Luzes e
Sombras. Das artes: artes visuais em revista. Rio de Janeiro:
O Selo, abril/maio de 2010.
2
SILVEIRA, Regina. Linha de sombra. Rio de Janeiro: Centro
Cultural Banco do Brasil, 2009, p. 82.
3
A expressão site specific (“lugar específico”) faz referência a obras criadas para um espaço determinado, onde o trabalho artístico dialoga com o meio circundante, seja este uma galeria, o ambiente natural ou áreas urbanas.
4
DA VINCI, Leonardo. Traité de la peinture. Paris: BergerLevrault, 1987, p. 101.
5
Idem nota 1.
1
Luz e sombra pertencem a um mesmo campo semântico. Ou seja, quando nos referimos a uma, logo lembramos da outra. Luz e sombra também fazem parte do campo semântico da arte e, mais especificamente, do trabalho de Regina Silveira. Marcadamente inseridos nas obras barrocas e renascentistas (artistas como Leonardo da Vinci e Caravaggio foram mestres na manipulação desses elementos), os estudos de luz e sombra sempre estiveram presentes na história da arte. O fascínio exercido pela pintura de Caravaggio é frequentemente atribuído à maestria com a qual o artista explorou a ação dramática por meio da luz.
No entanto, ainda que esses elementos continuem sendo objeto de investigação artística, a maneira como são explorados pelos artistas contemporâneos difere, na maioria das vezes, daquela vista em trabalhos de pintura. Concentrando-se na luz e na sombra como problemas plásticos em si, Regina Silveira tem trabalhado, há mais de trinta anos, com este tema. Durante muito tempo, a obra da artista caracterizou-se pelas sombras projetadas, embora a luz sempre tenha estado “[. . .] envolvida nessas projeções de sombra, pela