Regência Verbal

Regência Verbal

Verbos: Aspirar, assistir, chamar, custar, esquecer, lembrar, pagar, implicar, responder, visar.
Veremos o uso correto da regência verbal dos verbos acima e suas implicações semânticas.

Verbo: Aspirar
1) Esse verbo poderá aparecer como transitivo direto quando o sentido for inalar, tragar.
Ex.: Ela aspirou o aroma das flores / A menina gosta de aspirar o ar da montanha.
Nesse caso, o complemento virá sem preposição.

2) Mas poderá também aparecer com preposição quando o sentido for desejar, pretender. Devido a isso a transitividade do verbo altera e ele passa a ser transitivo indireto.
Ex.: Aspiramos a uma terra pacífica. / O homem aspirava a ser médico / Ela sempre aspirou a esse emprego. Obs. Quando o verbo for transitivo indireto, não admite substituição por pronomes lhe(s). Devemos substituir por “a ele(s)” ou “a ela(s)”
Ex.: Não invejo essas honrarias nem aspiro a elas.

- Aspiras a este emprego? - Sim, aspiro a ele. (e não aspiro-lhe)

 Tanto Bechara, quando Cegalla compartilham da mesma explicação.

Verbo: Assistir

1) Na concepção de Cegalla, o verbo assistir será transitivo direto quando significar prestar assistência, confortar, ajudar, socorrer.
Ex.: O médico assiste o doente. / Ele sofreu sozinho, não o assisti. (C. D de Andrade)

Pode ser usado na voz passiva: “O doente é assistido pelo médico” (CEGALLA, 1998)

Obs. Na concepção do gramático Celso Cunha em Nova Gramática do Português Contemporâneo usa-se indiferentemente transitivo direto ou indireto para o verbo assistir nesse sentido.
Ex.: Deus bom, que assiste os coitados / Só esta manhã é que tivemos o doutor no Pomar; veio assistir à filha do Manuel Calmeiro.

2) O verbo assistir será transitivo indireto no sentido de presenciar, ver
Ex.: Assisti ao filme / Por que não assiste à aula?

Se o objeto for pronome pessoal, não se usam as formas lhe, lhes, e sim, a ele(s), a ela(s) (CEGALLA, 1998)
Exemplo: Não é propósito nosso descrevermos