"Reflexão sobre a linguagem: abordagem através da língua real ou da língua idealizada"
“Reflexão sobre a linguagem: abordagem através da língua real ou da língua idealizada”
A concepção de que a língua e gramática são uma só deriva do fato de, ingenuamente, se acreditar que a língua é constituída de um único componente: a gramática.
Antunes (2009, p.39)
O presente texto tem por objetivo uma abordagem reflexiva sobre as práticas metodológicas contemporâneas que são desenvolvidas na disciplina de Língua Portuguesa. Se por um lado mantém-se, ainda uma postura rígida sobre o ensino voltado às nomenclaturas gramaticais pautado na norma culta através da língua idealizada; por outro, surge a possibilidade de valorizar o conhecimento internalizado do aluno e, desta forma, conduzi-lo à percepção de adequação da linguagem através de modalidades diversas, valorizando a língua natural e, a partir desta, apresentarmos a norma culta. Considerando-se que, desde o final da década de 80, o foco do ensino de Língua Portuguesa sofreu considerável transformação com a concepção da linguística, a gramática já não se manteve absoluta, pois se percebeu que sua aprendizagem nos moldes normativos não garantia a competência comunicativa. Inserindo-se, neste contexto, língua e linguagem. Evidenciou-se que a estrutura voltada à nomenclatura apresenta defasagens, enquanto língua e linguagem estão atreladas a uma relação dialógica que permeia a construção de sentido, seja através da gramática internalizada, evidenciando um conhecimento das propriedades fonológicas, morfológicas, lexicais, sintáticas, semânticas e discursivas que são naturais. Para tanto, conduzir o processo metodológico com dados linguísticos concretos e não somente com ensino de nomenclaturas e dados abstratos e promover a reflexão sobre o funcionamento da língua é um critério fundamental para gerar efeito de sentido. Segundo Proposta Curricular do Estado de São Paulo (2008, p.37):
A experiência escolar transforma-se em uma vivência que permite ao aluno