REFLEX ES SOBRE O SERVIR

REFLEXÕES SOBRE O SERVIR

Alguns místicos e correntes da psicologia nos dizem que aquilo que chamamos comumente de "eu" não é nosso eu verdadeiro, é apenas uma máscara, o ego ou o “eu pequeno”.
Em momentos de profundo amor e/ou emoção ou paz podemos sentir rapidamente uma espécie de contato com um “Eu” mais profundo, que Jung chamava de “self”, e que outros chamam de “Cristo Interior”. Alguns vão ainda mais além, e se sentem unidos ao próprio Deus, ou a uma "consciência cósmica". O místico cristão Angelus Silesius (1624-1677) assim se expressou sobre esta experiência: "A pequena gota (o indivíduo) se transforma em mar quando chega até ele; e assim a alma se transforma em Deus quando é nele acolhida"
Ora, o “ego”, a personalidade (o físico, o mental e o emocional), pode se revoltar contra a possibilidade de perder o controle e a pessoa se "perder a si mesma" nesta fusão íntima com a consciência cósmica, mas esta pseudo-perda (na verdade o ego não é eliminado, continua a existir) é algo muito insignificante diante daquilo que se ganha.
Pois bem, simbolicamente, antes de entrarmos na maçonaria somos chamados de profanos, que significa secular, leigo, não sagrado, isto é, vivemos o mundo somente com os interesses da nossa personalidade, do ego. Quando somos iniciados, há a representação de uma morte, mas também de um nascimento, representando essa morte, a submissão da personalidade à um ideal maior, já que na realidade ela não morre..

No Bhagavad Gita, livro sagrado da Índia, Arjuna, o príncipe, lamenta-se porque perdeu o trono e o reino, usurpado por seus parentes. Desanimado, recusa-se a lutar pela reconquista. Aparece então Krishna e faz ver a Arjuna que deve reconquistar o seu trono e reino, mesmo matando os usurpadores. Arjuna recusa-se, pois teria de lutar e vencer todos aqueles que mais ama, seus irmãos, parentes, amigos. Também na Bíblia, é citado mais de uma vez que Jesus recomendou àqueles que desejam salvar-se, que abandonassem suas famílias e seus