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Os limites do público e privado são discutidos há séculos. No Brasil, o sociólogo Gilberto Freyre, por exemplo, se debruçou sobre o assunto em obras como Casa Grande & Senzala, mostrando que a senzala era um prolongamento da casa grande, iniciando ali um conceito muito particular, muito brasileiro, de público e privado. Escravos frequentavam a casa grande diariamente e sabiam detalhes da privacidade dos patrões, em todos os níveis. Quando houve a abolição da escravatura, com o crescente inchaço das cidades - e periferias pelos povos libertos, muda-se novamente o conceito de publico e privado. Chega a mídia para oficializar e intensificar aquilo que só ficava no boca a boca localizado.Celebridades, políticos, anônimos, todos são têm suas vidas escancaradas para o mundo nas páginas de jornais, nos noticiários televisivos. Como bem refletiu o sociólogo Egar Morin. “Esses olimpianos não são apenas os astros de cinema, mas também os campeões, príncipes, reis, playboys, exploradores, artistas célebres... Ela (a mídia) eleva à dignidade de acontecimentos históricos acontecimentos destituídos de qualquer significação política, como as ligações de Soraya e Margaret, os casamentos ou divórcios de Marilyn Monroe e Liz Taylor, os partos de Gina Lollobrigida, Brigitte Bardot, Farah Diba ou Elizabeth da Inglaterra”.
Mas proteger a privacidade da imprensa – ainda que os paparazzi tornem a missão difícil – não é algo impossível. A imprensa tradicional tem sede, donos, editores