Redes Sociais e Occupy Wall Street

O advento da Internet proporcionou uma revolução na vida humana em inúmeros aspectos. Os movimentos sociais ganharam muito com a maior agilidade que a Internet proporcionou no acesso e fluxo de informações. O número de pessoas que tem contato com as ideias defendidas pelos movimentos sociais aumentou exponencialmente com a Internet, principalmente devido a opção de se compartilhar conteúdos na rede. Esses conteúdos podem viralizar, ou seja, serem vistos por milhões de pessoas do mundo todo em poucas horas. Essa união quase que instantânea deu um dinamismo sem precedentes aos movimentos sociais.
As crises são o principal motivo para a eclosão de movimentos sociais no século XXI. Crises econômicas levam a crise de legitimidade, como em 2008 nos Estados Unidos: 70% dos entrevistados de uma pesquisa mostraram pouca confiança nos bancos e 90% desconfiança quanto ao poder executivo. A indignação é o primeiro estágio individual para a articulação de um movimento social. Compartilhar essa indignação leva ao surgimento de uma comunidade em torno de uma causa por meio das redes sociais. O ciberespaço nesse estágio torna-se fundamental, por ser um espaço autônomo e horizontal, fato que torna o diálogo mais franco e livre. Isso é fundamental para que uma comunidade de indignados vença o medo de uma eventual repressão violenta do poder instituído. O entusiasmo e a esperança surgem a partir desse espaço público, da comunidade e da sua ação comunicativa. O caráter propriamente político do movimento inicia-se desse ponto em diante, ganhando as cidades por meio da ação coletiva, como uma manifestação, por exemplo.
O espaço que surgiu a partir da Internet é autônomo, não se vincula a nenhum governo ou oligopólio, conferindo uma autenticidade maior a informação. O jogo de poder muda totalmente nessa dinâmica. O exercício de poder por meio da mídia tradicional e outras instituições é dificultado: a quantidade de significados construídos na mente dos indivíduos vinculados a