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A doutrina de Peter Härbele partiu da premissa de que a teoria da interpretação constitucional sempre esteve muito vinculada a um modelo de interpretação de uma sociedade fechada. Nesse sentido, essa atividade interpretativa ficaria restrita à atividade do magistrado e de um procedimento formal. Peter Härbele aborda a problemática do círculo de participantes do processo de interpretação constitucional, partindo da identificação de uma concepção fechada da sociedade de intérpretes da Constituição para a realização de uma interpretação constitucional por uma sociedade aberta e plural. Defende que todo aquele que se submete à norma é, mesmo que indiretamente, intérprete dessa mesma norma. Os intérpretes jurídicos da Constituição não são os únicos que se submetem a ela e, por isso, não possuem monopólio sobre a sua interpretação. A interpretação aberta da constituição, nos moldes propostos pela teoria de Härbele, é consequência do conceito republicano relacionado ao objetivo da interpretação constitucional democrática. Fornece ainda um catálogo dos participantes do processo de interpretação constitucional, abrangendo as funções estatais, com destaque para as Cortes Constitucionais; participantes não necessariamente inseridos no contexto de função pública (peritos, associações, representantes de interesse em audiências púbicas); a opinião pública (cidadãos, associações e partidos políticos – sem atuação organizada) e o processo político. A expressão latina amicus curiae pode ser traduzida como “amigo da corte”. O conceito dessa figura processual está relacionado com o terceiro com representatividade reconhecida e com interesse jurídico na demanda, que ingressa em processo judicial para fornecer informações sobre a matéria debatida. Foi nos Estados Unidos que o amicus curiae ganhou maior notoriedade desde o século XIX com o desenvolvimento do judicial review e a participação crescente de terceiros em processos de índole econômica e política ao longo do