recensão breed

“Cada jornal tem uma política editorial.” – Warren Breed (1955:327).
Política editorial pode ser definida como “a orientação, mais ou menos consistente evidenciada por um jornal, não só no seu editorial como também nas suas crónicas e manchetes, relativas a questões e acontecimentos selecionados.” (Breed, 1955, p. 327). Na prática, ninguém, na redação de um jornal, desde os executivos aos staffers, discute a política editorial abertamente. A própria noção vai contra as normas profissionais do jornalismo e nem sequer deveria existir numa sociedade dita democrática, em que reina a liberdade de expressão. Assim, a política editorial é manifestada de um modo dissimulado e na forma de slanting.
Warren Breed (1915-1999) foi um jornalista e sociólogo norte-americano, professor na Universidade de Tulane, em Nova Orleães de 1950 a 1969, e que publicou, em 1955, na revista Social Forces, o seu estudo intitulado Social Control in the Newsroom: A Functional Analysis, (realizado a partir da experiência profissional do autor e de uma multiplicidade de entrevistas extensivas a cerca de 120 newsmen norte-americanos). Neste estudo, Warren Breed debruça-se sobre a questão que é, então, inevitável: “Como é mantida a política editorial, apesar de muitas vezes transgredir as normas jornalísticas, de, muitas vezes, os jornalistas discordarem dela e que os executivos não poderem legitimamente ordenar que seja seguida?” (1955, p. 327, 328).
Apresentando-nos a teoria organizacional, Breed contextualiza o jornalista no seio da organização em que trabalha, e afirma que existe, de facto, uma política editorial, estabelecida pelos executivos, e que esta mesma política editorial é, geralmente, ainda que não de forma automática, seguida pelos jornalistas, devido a uma série de razões, explicitadas pelo autor ao longo do artigo: a autoridade institucional e sanções; sentimentos de obrigação e estima para com os superiores; aspirações de