Ready Made e Arte Conceitual

READY-MADE

Os artistas antes de Duchamp acreditavam que a arte dependia do meio físico, dos procedimentos, da genialidade do pintor para ser considerada arte. Duchamp descobriu que a Arte não poderia ser introjetada. Ela se manifesta além dos museus, galerias e periódicos, não há necessidade de um reconhecimento institucional para ela existir.
- Partindo desse princípio, Duchamp utiliza um objeto comum, desloca-o de sua função e o coloca na esfera não-utilitária, dando novo sentido a ele, que será definido pelo observador. O artista passa a ser uma função de um sistema, transformando objetos ordinários em arte.
- O que é arte e o que não é arte? O ready-made, como toda obra de arte moderna, coloca a própria arte em questão, faz desaparecer a “aura” da obra, do artista e da arte. É um sintoma de que a arte está no mundo.
- Para Duchamp, a escolha dos ready-mades nunca era ditada por um juízo de valor, uma escolha pessoal, um deleite estético, mas pela ausência total de gosto. Em vez de potencializar sua sensibilidade artística, o artista deve se anular. Deve eliminar qualquer pressuposto artístico para fazer de alguma coisa arte. Os ready-mades servem para indicar uma reflexão, um pensamento, mas não devem chamar atenção. Não devem ser belos, grotescos ou engraçados, o que interessa é a ousadia e elegância asséptica, papel que um objeto industrializado cumpre perfeitamente.
- Como todo trabalho de arte o ready-made é um sintoma da cultura de seu tempo. Os objetos utilizados exprimem os processos industriais e materiais predominantes de sua época, as transformações e contradições do mundo moderno.

“Rolo de Arame Farpado”, Toninho de Souza, 2014. Exposto no Espaço Chatô – Fundação Assis Chateaubriand, Brasília – DF.

A obra “Rolo de Arame Farpado” exemplifica de forma clara os aspectos destacados no texto “Ready- Made”, de Paulo Venâncio. O artista plástico Toninho de Souza, nascido na Bahia e Radicado em Brasília, elege um objeto comum de