Ratio studiotim

5707 palavras 23 páginas
História da Ratio Studiorum
Vitalino Cesca (UFSM)

A Ratio é um plano de estudos para todos os assim chamados “colégios” jesuíticos e abrange o nível médio e superior. No que se refere ao nível superior, ela é fruto já de alguns séculos de experiências na Europa ocidental, pois ainda no século XII surgiram as primeira universidades. No que se refere ao nível médio, porém, foi com poucas experiências anteriores que os jesuítas puderam contar.
O presente trabalho tratará, num primeiro momento, das experiências no ensino médio que precederam a elaboração da Ratio. Num segundo momento, far-se-á sua história propriamente dita. Como, porém, a história não se compõe apenas de fatos, mas também de um “espírito” que a todos eles está subjacente, num terceiro momento será considerado o ambiente cultural do século XVI, com uma acentuação maior do pensamento jesuítico que deu suporte ao texto da Ratio.

Experiências precedentes
No século XII, começaram as universidades. Era já um sistema organizado de ensino superior. Em forma organizada, havia também o ensino elementar nas escolas monacais, nas paroquias, nas episcopais e nas palatinas (Cf. Ullman & Bohnen, 1994: 24 – 34). Mas e o ensino médio? Este diluía-se ora como coroamento do elementar, ora como propedêutico ao superior.
Uma das experiências pioneiras foram os colégios dos Irmãos de Vida Comum, congregação fundada por Gerhard Groote (1340 – 1384), também chamada dos Jeronimianos. Segundo P. Pachtler, apud P. Madureira (1927:452), nestes colégios “lançaram-se os fundamentos sobre os quaes elevou-se o ensino secundario (o Gymnasio), tanto entre os protestantes como entre os catholicos. Quer a eschola protestante de Melanchton, quer a Ratio dos Jesuítas, tomaram por base o fundamento pedagogico dos Jeronymianos, isto é, o exercicio do talento juvenil, o estimulo á intensa actividade intellectual e a perfeita concentração dos estudos no latim”.
Sem citar outras experiências de menos vulto ocorridas no século

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