Racismo na mídia

802 palavras 4 páginas
Recentemente veio ao ar na Rede Globo a minissérie “Sexo e as negas” , uma paródia a famosa série americana “Sexy And The City” na qual a história gira em torno da vida pessoal de quatro mulheres brancas e bem sucedidas. Apesar de a série original abordar os temas de sexo e homens, em “Sexo e as negas” as protagonistas não possuem cargos altos na sociedade e estão destinadas a permanecer sempre na posição inferiorizada pela sociedade. Enquanto em “Sexy and The City” as personagens são advogadas, colunistas de um famoso jornal, comerciantes de arte de classe média alta ou trabalham em relações públicas, em “Sexo e as negas” as protagonistas exercem a função de camareira, cozinheira, operária e costureira. Enquanto a série original se passa em um bairro nobre de Nova Iorque a paródia se passa em uma comunidade carente do Rio de Janeiro, insistindo no estereótipo de que toda a população negra é oriunda de locais carentes. A série brasileira de Miguel Falabella resume a vida das quatro protagonistas negras em sexo e homens, sendo a maior parte de suas ações baseadas no desejo sexual deixando bem claro a objetificação e hipersexualização da mulher negra.
Apenas no título da série já fica evidenciado o racismo por trás dela, a expressão popular “não sou as tuas negas” ficou muito famosa, porém muitos não enxergam o racismo por trás dela. Essa expressão remete ao período escravocrata em que mulheres negras eram usadas como objetos sexuais por seus Senhores, então “não ser tuas negas” significa não receber o mesmo tratamento que aquelas mulheres negras que eram tratadas como objetos sexuais. “Não ser tuas negas” significa receber um tratamento privilegiado como as mulheres brancas no período de escravidão. Portanto a utilização da palavra “nega” no contexto do título traz a tona a objetificação da mulher negra, tratada apenas para satisfazer desejos sexuais e perpetua o adjetivo racista.
Ao longo de toda a série o teor racista fica explicito mas podemos destacar

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