Rachel de queiroz
Em 1927, além de atuar como professora primária começou a colaborar no jornal O Ceará com poemas e crônicas. Tornou-se conhecida, entretanto com a publicação de O Quinze quando tinha apenas 20 anos. Nos anos seguintes militou no Partido Comunista Brasileiro e em 1937 foi presa por defender ideias esquerdistas. Publicou nesse período os romances João Miguel, Caminho de Pedras e As Três Marias. Dedicou-se depois ao teatro e à crônica jornalística. Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
Submetida a rígido tratamento de saúde, em 1930, em face de uma congestão pulmonar e suspeita de tuberculose, a autora se vê obrigada a fazer repouso e resolve escrever "um livro sobre a seca". "O Quinze" — romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca.
Análise da obra:
Em O Quinze, primeiro e mais popular romance de Rachel de Queiroz, a autora exprime intensa preocupação social, apoiada, contudo, na análise psicológica das personagens, especialmente o homem nordestino, sob pressão de forças atávicas que o impelem à aceitação fatalista do destino. Há uma tomada de posição temática da seca, do coronelismo e dos impulsos passionais, em que o psicológico se harmoniza com o social.
A obra apresenta a seca do nordeste e a fome como conseqüência, não trazendo ou tentando dar uma lição, mas como imagem da vida.
Não percebe-se uma total separação entre ricos e pobres, e esta fusão é feita através da personagem Conceição que pertence realmente aos dois mundos. Evitando assim o perigo dos romances sociais na divisão entre "bons pobres" e "maus ricos", não condicionando inocentes ou culpados.
Mais tarde recebe no Rio de Janeiro o prêmio de romance da Fundação Graça Aranha, mantida pelo escritor. Conhece integrantes do Partido Comunista; de volta a Fortaleza ajuda a fundar o PC cearense.
Linguagem
O sucesso do livro está atrelado à simplicidade da