quimica

Paciente CMVB, 52 anos, sexo feminino, raça caucasiana, solteira, operária fabril, natural e residente em Ariquemes, foi admitida na UPA Zona Sul de Porto Velho (RO), para esclarecimento de queixas de astenia, anorexia, emagrecimento de cerca de 7 Kg, hipotensão, dores abdominais e hiperpigmentação, com 2 meses de evolução. Nos antecedentes pessoais negava traumas, tuberculose ou doenças sexualmente transmissíveis. Relatou uma cirurgia de enxerto hepático em decorrência de uma hepatite não especificada. Relata ter sido medicada no hospital com injeções após a cirurgia e com prednisona comprimidos em casa por seis meses. Negou hábitos alcoólicos, tabagismo, drogas ilícitas ou qualquer outra medicação. Os antecedentes familiares eram irrelevantes. Na admissão a paciente apresentava-se deprimida, emagrecida e com a face hiperpigmentada, assim como os lábios, a palma das mãos e linhas interdigitais. Não apresentava febre. O pulso era de 110 bpm, e pressão arterial de 80 x 44 mmHg. Auscultação cardíaca e pulmonar eram normais. A palpação abdominal era normal, baço e fígado não palpáveis.
O que eu tenho doutor?
Com base nos estudos em farmacologia dos imunossupressores, qual a suspeita diagnóstica dessa paciente?
Qual o motivo dessa problemática clínica?
Discussão:
A administração continua ou prolongada de Glicorticóide ocasiona uma supressão do eixo hipotálamo-hipófise adrenal, reduzindo a produção de cortisol ao interpretar que não precisa mais produzir, já que, se encontra em níveis elevados. A suspensão ou redução da dose de Glicocorticóide (Prednisona) rápida ou abrupta é temerosa pela possibilidade de desencadear a síndrome de Addison, uma doença caracterizada pela baixa produção do cortisol pelas glândulas adrenais, ao que levou ao quadro clínico da paciente. A redução deve ser lenta quanto maior for o tempo e a dose da corticoterapia administrada.