Questão Identitária em K

369 palavras 2 páginas
A questão identitária em K

“Identidade é a qualidade de idêntico. É o reconhecimento de que o indivíduo é o próprio. É o conjunto de caracteres particulares, que identificam uma pessoa, como nome, data de nascimento, sexo, filiação, impressão digital etc.”
É a identidade, a autenticidade que nos diferencia, no ocidente, o nome e o sobrenome são as primeiras características dessa diferenciação. A narrativa trabalhada tem algo intrigante e que pode confundir o leitor: o fato de existir vários narradores (com ou sem nomes).
Em um dos momentos da história em que esse paradigma identitário foi quebrado foi especialmente traumático para K, quando identificavam as pessoas com números no Holocausto, o que motivou o seu exílio no Brasil. K não tem nome, não tem número, se tornou uma abstração em meio a isso. Representado apenas por suas atividades como “ex-militante”, escritor, pai.
A busca de K pela filha desaparecida, principalmente relatada como filha, militante e professora de química. Continua recebendo correspondências com propostas de cartão de crédito, nunca chegou ao fim do ciclo da vida como deveria ter sido, seu nome foi desaparecendo também, mas não da memória.
Enquanto isso, os responsáveis têm nome. O delegado Fleury tem o nome e o cargo vinculado. Foi um dos torturadores e narradores e mostra como a relação que o corpo tem com a identidade é um essencialmente frágil em certos aspectos e como representa uma “humanidade”. Baleia, a cachorra da desaparecida e de seu marido, tem nome bem definido, e não pode ser torturada porque seria uma crueldade e o torturador não é um insensível.
Uma ida ao psicólogo revela o trauma de uma mulher que limpava o prédio onde eram feitas as torturas, amante de Fleury. Sem nome. Apenas quem sofreu com a ditadura, sendo exilado, desaparecido, perdendo familiares perdeu seu nome e vive de suas atividades para identificar-se, se tornaram ao mesmo tempo fantasmas identitários de uma realidade que ainda é refletida.
Uma

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