Questão do ser, martin heidegger

2353 palavras 10 páginas
1. A questão do ser

1.1. A história do esquecimento do ser

Segundo Heidegger, a tradição filosófica, ao longo de seus períodos históricos, foi desviada de seu caminho mais radical que a conduzia em direção à questão do ser. Para ele, a história da Filosofia, que assim se revela como e desde esse desvio, nada mais é do que a história do esquecimento do ser. Mas o que levou a Filosofia a esquecer a sua questão essencial? Em resposta, Heidegger aponta alguns motivos, tais como o erro historiográfico que vê no passado algo ultrapassado ou “morto”, mas que serviria para a construção do futuro, caso seguíssemos seus exemplos. Essa visão historiográfica despreza toda relação viva com o passado que vige vigorosamente no presente e no futuro.
“A historiografia é assim a constante destruição do futuro e da relação historial como advento do que é destinado.

É tal concepção historiográfica a responsável pelo equívoco que levou muitos filósofos a interpretarem anacronicamente os pensadores primordiais (pré–socráticos), uma vez que essa concepção não leva em consideração a necessidade de transportar a linguagem e o pensamento junto àqueles que se espera interpretar.
Além do erro historiográfico, Heidegger identifica um motivo maior para tal desvio da questão essencial da filosofia. Motivo esse que determinaria o próprio destino do Ocidente e que se encontra situado junto à própria essência do ser e que levaria ao seu ocultamento tanto na história da filosofia, quanto no âmbito mais próximo e ordinário ao homem, qual seja: no cotidiano. Essa essência ou traço fundamental do ser coincidira justamente com a essência do próprio esquecimento, isto é, com o modo mais intrínseco do velamento, daquilo que se perde frente à luz do que se objetiva e se determina. Mas, como retomar esse sentido do ser que teria sido deixado de lado pela tradição filosófica, uma vez que nele impera o esquecer (o velar)? Isto é, como iluminar algo que se situa junto ao obscurecer (ocultar) sem

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