Quais propostas o novo plano nacional de educação propõe para a efetivação da inclusão?
Na EMEI, as atividades começam com a vivência das principais estruturas da dança. A
referência teórica é o bailarino e educador Rudolf Laban (1879-1958), que criou uma ciência chamada coreologia. Para ele, dança é articulação entre dançarino, som, movimento e espaço - os dois últimos amplamente abordados em sala. Os pequenos compreendem o movimento - o que é, onde ocorre, como acontece e com quem se move - em jogos divertidos. Num deles, cada criança movimenta o amigo ao som da música.
Para tratar do espaço que cada um ocupa, as professoras abordam aspectos como os plAnos (largura, profundidade, altura), as direções (à esquerda, à direita, à frente e ao fundo), a distância (perto ou longe) e os níveis da dança (alto, médio e baixo). "Os pequenos percebem que há diferentes possibilidades de se mover ao som de uma música: podem estar agachados, sentados e até mesmo deitados no chão", exemplifica Samantha.
Outras questões relevantes para o projeto da escola estão ligadas às formas que o corpo adquire nas atividades. Uma possibilidade é o uso das tensões espaciais: se movimentar utilizando os vazios. Por exemplo, colocar uma das mãos na cintura e passar a outra por dentro. É o que se chama de perfuração. "As crianças adoram passam por entre as pernas dos colegas de várias formas diferentes", cita Samantha. Outro conceito desenvolvido é o de preenchimento - que se dá quando duas delas dão as mãos e outra se coloca no meio. Quando Samantha e as demais educadoras da EMEI trabalham as articulações - essenciais a qualquer movimento -, elas distribuem bonecos dobráveis, que são colocados em diferentes posições, imitadas em seguida por todos.
Um dos resultados mais significativos do projeto foi a criação de danças para a festa junina. Ao som de compositores como o italiano Antonio Vivaldi (1678-1741), as crianças montaram coreografias para contar a importância cultural da data - todas diferentes da tradicional quadrilha, apresentada no