PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES ANAERÓBIOS POR LAGOAS
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PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTES ANAERÓBIOS POR LAGOAS
DE POLIMENTO
Paula Frassinetti Feitosa Cavalcanti, Adrianus van Haandel, Mario Takayuki Kato,Marcos von
Sperling, Maurício Leite Luduvice, Luiz Olinto Monteggia
3.1
INTRODUÇÃO
Sistemas de lagoas de estabilização têm sido amplamente utilizados na prática de tratamento de esgoto sanitário em todo o Brasil, tendo-se observado resultados satisfatórios em termos da qualidade do efluente, sempre quando o projeto é tecnicamente adequado e existe um mínimo de operação e manutenção. Como diz o próprio nome, o objetivo principal de lagoas de estabilização é estabilizar, ou seja, transformar em produtos mineralizados o material orgânico presente na água residuária a ser tratada. Para atingir este objetivo, utilizam-se processos de tratamento que se baseiam na atividade metabólica de microorganismos, particularmente bactérias e algas. As algas produzem oxigênio através da fotossíntese e este oxigênio pode ser usado por bactérias para oxidar o material orgânico biodegradável. Alternativamente, na ausência de oxigênio, bactérias anaeróbias podem transformar o material orgânico em biogás, por meio do processo de digestão anaeróbia. O resultado do tratamento biológico, anaeróbio e aeróbio, é que a concentração de material orgânico se reduz drasticamente no decorrer do processo de tratamento, obtendo-se um efluente final com baixo valor de DBO5. Todavia, o tempo de detenção do líquido, ou tempo de detenção hidráulica (TDH), necessário para que se complete o tratamento, é longo. Mesmo no
Brasil, onde se têm as condições favoráveis do clima tropical (temperatura elevada, alta incidência de irradiação solar), necessita-se de um mínimo de 20 a 30 dias (MARA e PEARSON, 1987;
YANEZ, 1993).
O longo tempo de detenção, necessário para a estabilização do material orgânico, tem uma vantagem indireta importante: o líquido permanece no sistema de lagoas por um período de tempo suficiente para que haja