Pós-graduada
Carla Patrícia Rodrigues Rosa1
Resumo: Este texto pretende expor um corte em algumas idéias teóricas sobre a noção do ato analítico e o interesse em aproximá-las da concepção freudiana sobre o inconsciente como causa e suas formações para demonstrar sua pertinência e engenhosidade para o atendimento clínico. O inconsciente como causa e suas formações é utilizado aqui para iluminar o ato analítico, para se pensar em como funciona aquilo que permite a modificação de posição subjetiva do paciente. Da escolha de se refletir sobre o tema inconsciente e clínica, através das obras freudianas: Um caso de Histeria, Três Ensaios sobre a Sexualidade e outros trabalhos (1901-05)), A Interpretação dos Sonhos (1900-01), Os Chistes e suas Relações com Inconsciente (1905), Sobre a Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901) passei a imaginar que teria de resignar-me a pensar sobre um saber não sabido. No entanto, quando eu atendo meus pacientes em bases psicanalíticas, o inconsciente estruturado através da linguagem, como bem nos dizia Lacan, linguagem traduzida nos sintomas, nos lapsos, nos chistes, nos sonhos e nos atos falhos, parece funcionar surpreendentemente para desobstruir caminhos antes difíceis de serem trilhados.
Palavras-chaves: Psicanálise, inconsciente, lapsos, chistes, sonhos, atos falhos, sintomas, ato analítico, transferência.
Therefore, since brevity is the soul of wit
And tediousness the limbs and outward flourisher
I will be brief.
(Hamlet, Shakespeare)2
A Psicanálise, no inicio do século XX, é marcada pela descoberta do inconsciente, descoberta que revoluciona a concepção de homem. Até então, predominava a filosofia cartesiana, onde o homem era visto como um animal racional, sujeito de pensamento racional, como uma unidade. Mas é justamente esse conceito fundamental da psicanálise que torna impossível situar o sujeito como senhor de si e da natureza, tal como definia Descartes. O discurso