PUC
Profa. Dra. Maria Ângela Barbato Carneiro
PUC/SP
O objetivo deste trabalho é refletir e alertar para o fato de como a brincadeira faz parte da cultura da infância e deve ser preservada, de modo que possamos garantir à criança o direito de ser criança.
Hoje, as questões referentes à infância têm sido objeto de notícias e debates porém, entre nós, parece ainda não estar claro o significado do termo.
Enquanto a palavra criança, de origem latina “creator, creatoris” ,significa o ser humano de pouca idade, aliando-se a ela a idéia de desenvolvimento, a palavra infância, com origem na mesma língua “infans, infantis” , indica a idéia daquele que não fala, mostrando o lugar que os pequenos ocupavam na sociedade.
Historicamente, as crianças nem sempre foram consideradas nas sociedades e nem foram representadas na arte, porque não conseguiam sobreviver. Eram muito grandes os índices de mortalidade infantil, dada a falta de higiene e de alimentação.
Como muito bem colocou Áries (1981) faziam-se muitos filhos para que poucos sobrevivessem. Entre os povos primitivos, cuja principal característica era o nomadismo, as famílias evitavam ter mais do que quatro filhos, dada a dificuldade que se tinha em carregá-los e alimentá-los por ocasião dos deslocamentos.
Pouco se sabe sobre as crianças nos grupos nômades mais primitivos, presumese que aprendiam com os mais velhos as habilidades necessárias para a sobrevivência, pois o fato de se mudarem continuamente de uma parte para outra impedia que deixassem resquícios que pudessem favorecer um estudo mais profundo dos pequenos em determinados momentos históricos.
Apesar da dificuldade em conhecer as diferentes infâncias e como viviam as crianças nos distintos povos, o pouco que se sabe sobre elas deve-se aos objetos que utilizavam e às atividades que mais praticaram em suas vidas, ou seja, seus brinquedos e suas brincadeiras.
Deve-se ressaltar, porém, que grande parte das brincadeiras