Psicologias e psicologias

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A teoria da ciência que Popper (1965) desenvolveu explica por que isso acontece. Em primeiro lugar, ele demonstrou que as verificações experimentais de uma teoria não são confirmações de sua verdade. Seu famoso exemplo é o do cisne branco. Se, baseados em exaustivas observações de cisnes, sempre brancos, concluímos que ‘todos os cisnes são brancos’, podemos, evidentemente, considerar cada novo cisne branco que encontramos como uma confirmação da verdade do universal. Podemos, inclusive, passar a vida acreditando nisso e encontrando confirmações a cada novo cisne branco. Mas isso não garante que a teoria seja verdadeira. E, o pior, bastará uma única experiência, um único cisne preto que apareça em nosso campo visual, para que a teoria inteira se revele falsa. Por esta razão Popper vai situar, na refutação, e não na confirmação, o teste da demarcação.
Ou seja: só posso decidir se uma teoria é falsa, nunca se ela é verdadeira. Moral da história: confirmações das teorias, é fácil encontrá-las. Sempre é possível encontrar observações ou planejar experimentos que confirmem uma teoria. O problema é que essas observações e experimentos não garantem a veracidade dela.
Que isso tenha colocado sérias objeções aos “métodos científicos tradicionais”, àquela idéia comum de ciência que se tinha no Século XIX, que via na atividade científica um processo exclusivamente indutivo, abre toda uma excitante discussão no âmbito da epistemologia das ciências, mas não é o caso de tratar disso neste texto. O fato é que essas discussões são muito enfadonhas, conduzem mais a perguntas do que a respostas, nos obrigam a colocar em dúvida coisas que sempre tivemos como verdadeiras, nos arrancam da paz dos caminhos conhecidos para a angústia dos caminhos tortuosos e obscuros. E, o que é mais importante, no que essas discussões servem para a prática? Afinal – dizem os alunos – não viemos aqui discutir teorias, viemos aprender técnicas, aprender a fazer, não aprender a pensar.

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