Psicologia hospitalar e UTI

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Ao se observar em uma UTI as práticas de saúde, facilmente são perceptíveis níveis diferentes e interativos de atendimento. Corpos humanos sofrem e, nas palavras de Benoit (1989), “o sofrimento do corpo é relativo não apenas à própria doença, mas também à mobilização do mundo arcaico do sujeito que funciona na própria base de sua estrutura”. Com essa noção, pode-se identificar os objetos da Medicina em interação com a singularidade e subjetividade de cada paciente
Decat de Moura (1991) escreve que na UTI as tensões são constantes. A eficiência é uma marca, mas os profissionais, ao perceberem que os outros que estão a tratar são seres humanos como eles, parecem experimentar uma vivência de extrema angústia. Vivem ali algo que parece ser pior que a morte e que, frequentemente, não se leva em consideração. É tarefa difícil defrontar-se com pacientes de fraldas, imobilizados, com aparelhos, chorando, despertos, conscientes ou não de seu estado clínico, além de outras situações constrangedoras.
Antes, o hospital tinha uma outra conotação. Era uma instituição que recolhia as pessoas tanto para se curarem como para morrerem. Entretanto, de acordo com Torres & Guedes (1984) a partir do momento em que a ciência e a tecnologia da medicina e das outras profissões a ela ligadas passaram pelo processo de desenvolvimento, a instituição hospitalar se transformou em uma instituição entregue aos processos de cura, tratamento e recuperação, desmistificando a imagem de morte automaticamente associada a uma UTI.
Quando uma pessoa é internada em uma UTI, torna-se impotente, incapaz de efetuar uma ação para alívio de sua dor, sede, fome, impossibilitada de andar, mover-se na cama, falar e até mesmo respirar, identificando-se à vivências infantis, registrando a necessidade e a dependência do outro, essa experiência, apesar de ocorrer em um registro orgânico, inscreve-se ao nível do aparelho psíquico. A partir de então, cada demanda do bebê vincular-se-á com o traço deixado por essa

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