Psicologia do Trabalho
Fátima Catão.
Psicóloga / Profa. Dra -UFPB
Nenhum de nós pode construir o mundo das significações e sentidos a partir do nada: cada um ingressa num mundo “ pré-fabricado”, em que certas coisas são importantes e outras não o são, em que as conveniências estabelecidas trazem certas coisas para a luz e deixam outras na sombra. Acima de tudo, ingressamos num mundo em uma terrível quantidade de aspectos são óbvios aponto de já não serem conscientemente notados e não precisarem de nenhum esforço ativo, nem mesmo o de decifrá-los, para estarem invisivelmente, mas tangivelmente, presentes em tudo o que fazemos – dotando desse modo os nossos atos, e as coisas sobre as quais agimos, de uma solidez de “realidade”” ( Bauman, Z , 1998, p.17).
I - O ser humano : a vida na modernidade
Temos buscado nos nossos estudos, refletir, apontar alguns direcionamentos e desenvolver em nível de práticas de pesquisa e de intervenção - a análise psicológica de problemas sociais concretos entrelaçada pela reflexão - ser humano, processos psicológicos e cultura. No texto em epigrafe, pretendemos pensar sobre, modernidades e produção do ser humano, ou seja, o individuo na modernidade hoje: seus afetos, suas experiências, significados, desejos e responsabilidades. Tomamos como norte, as expressões de Bermam (1986) em “ Tudo que é sólido desmancha no ar- a aventura da modernidade”, mais especificamente no seu texto introdutório “ Modernidade ontem, hoje e amanhã” A moderna humanidade hoje, se vê em meio a uma enorme ausência e vazio de valores, padecimento, perdas, mas ao mesmo tempo, num mundo de aventuras, de descobertas, em meio a uma desconcertante abundância de possibilidades. A experiência da modernidade une/ desune a espécie humana, por um lado anula todas as fronteiras geográficas, raciais, de nacionalidade, religião, ideologia e