Psicologa

Meu interesse em estudar o tema da violência doméstica ocorreu devido a experiência de estágio no Centro de Atendimento à Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar, Centro Jacobina. Acompanhava os atendimentos que a equipe do Centro Jacobina fazia com as mulheres. Foram oportunidades únicas, nas quais pude sentir nos relatos o sofrimento daquelas mulheres vivenciando diversos tipos de violências, entre elas: Violência física, psicológica, patrimonial, moral e sexual.
Também tive a oportunidade de fazer um projeto com as mulheres que procuravam o local, Promoção de Saúde Mental Junto ao Fortalecimento da Autoestima das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar. Após ter concluído o mesmo, pude perceber que, muitas das mulheres, não continuavam nos atendimentos da rede do município antes de fazerem denúncia contra o agressor. O objetivo deste projeto será comparar quantas mulheres continuaram nos atendimentos e quantas desistem do atendimento da rede do município antes de fazerem a denúncia contra o agressor e a causa da desistência e a saber a causa desta desistência.
2 Fundamentação Teórica

2.1 Violência Doméstica e Familiar Contra as Mulheres
A mobilização contra a violência de gênero teve início na década de 70, pelos órgãos administrativos internacionais, no qual foi realizado o primeiro Dia Internacional da Mulher. (BLAY, 2003). No ano de 1991, a Organização Pan Americana de Saúde reconhece a violência contra a mulher como um dos principais fatores para o adoecimento das mulheres, assim sendo ponderada como uma questão de saúde pública. (PORTO, 2006). Mas só no ano de 1993, foi circunscrito um capítulo de denúncia e que propôs uma norma para coibir esse tipo de violência, o qual ocorreu na Reunião de Viena, pela Comissão de Direitos Humanos (BLAY, 2003).
As primeiras Delegacias para a mulher foram criadas no início da década de 80, a fim de cumprir com a legislação prevista, a qual inclui o acolhimento das denúncias das