Psicofarmacologia de si

O mercado de psicotrópicos (hipnóticos, tranquilizantes, barbitúricos, antidepressivos ou estimulantes) existente nos dias atuais coloca a emoção à disposição do indivíduo. Sendo o estímulo químico eficaz, a escolha do humor se dá com base em um grande numero de opções, segundo a procura ou necessidade do indivíduo. Essa grande indústria objetiva “endireitar” o homem, ou ainda, proporcionar-lhe condições de um melhor ajustamento diante das vicissitudes do cotidiano.
As pessoas que fazem uso desses psicotrópicos, os quais prometem eficácia dependendo tão somente da necessidade ou desejo de quem os procuram, estão na verdade preocupadas em apenas resolverem seus problemas sem mesmo pensarem nas futuras consequências, e é lamentável ver-se no mundo ocidental esses hábitos como praticas comuns, já que a ganância do homem vem frente ao atual desejo de satisfação imediato.
O consumo desses fármacos tem gerado no homem uma verdadeira desagregação de sino tocante à sua verdadeira identidade pessoal, pois, para cada ansiedade busca-se um calmante, cada frustração um tranquilizante.
O homem tem vivido “flutuando” numa verdadeira alienação, porque ao deixar sua realidade ativa, refugia-se numa realidade induzida por estados psicológicos os quais o permite harmonizar-se convenientemente à sociedade. Sem falar ainda nos meios de comunicação que trazem conselhos, receitas e até mesmo formulas e praticas de felicidade, isso tudo para atender um indivíduo carente, insatisfeito e emocionalmente desequilibrado que não consegue ajustar-se à vida moderna ou para ajustar-se á ela.