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1485 palavras 6 páginas
Ética & Deontologia Profissional
Dr. Jorge Cabral

Coagido amigavelmente a comunicar algo sobre um tema cujo parco conhecimento me advém apenas da vida, resta-me recusar liminarmente o pomposo do termo “comunicação”, e enveredar pela conversa, na qual as dúvidas ocupem os lugares das certezas e as questões levantadas possam apontar caminhos de reflexão. Não sendo filósofo nem assistente social, mas apenas alguém que professou dois ofícios de mediação, concluo que o convitecoacção, tenha mais a ver com razões afectivas do antigo discípulo do que inexistentes méritos deste humilde operário amador porque ama o que faz por profissão. Apelida-se a conversa “Profissão e Deontologia”, e logo perante o título, uma sibilina dúvida se insinua. Não devia ser Deontologia e Profissão? A ordem dos factores será neste caso arbitrária? O termo profissão em português moderno abrange toda e qualquer actividade, identificando ocupações não remuneradas, locais de trabalho, ramos de serviço e sectores da organização político-económica. Assim, profissão-estudante, profissão-empregado de café, profissão-trabalhador da indústria metalúrgica ou profissãofuncionário público. Classifica mesmo a ausência de actividade, profissão-reformado, profissão-desempregado, e era vulgar antes do 25 de Abril, ouvir e ler, profissão-capitalista ou profissão-

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proprietário. (Conheci até um cavalheiro, que quando em tribunal lhe perguntavam a profissão respondia convictamente – testemunha, o que era verdade, pois essa era a sua actividade. Possuía, aliás, uma especialidade, acidentes de viação. Por coincidência ou desígnios do destino, esse homem conseguia presenciar três a quatro acidentes. Então e os ofícios? As artes? Que pai diz hoje que o filho tem o ofício de carpinteiro ou que anda a aprender a arte de marceneiro? E no entanto do bom profissional desse ofícios ainda se diz “que é um artista” e do que é aborrecido na nossa actividade concluímos que “são ossos do ofício”. Ninguém afirma

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