PROGAMADOR

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CULTURA LÚDICA
Comparar culturas é odioso. Todavia, mais odioso ainda é encobrir os efeitos de poder em suas comparações.
A estrutura do “jeitinho” representa a primeira face da cultura lúdica, que, brincando, “passa os outros para trás”. Significa que as normas que valem para todos não valem para o esperto, amizade são usadas para tirar proveito, relações são tramadas como teia de privilégios.
O efeito imbecilizante é claro. Trata-se de sociedade que não divide as pessoas apenas entre rico e pobre, mas igualmente entre esperto e imbecis. Na cultura lúdica, torna-se quase esporte, algo divertido. Podemos ressaltar algumas origens principais: carências excessivas, estruturas públicas e similares insatisfatória, brechas táticas nas leis ou normas, o mau exemplo da elite, mau exemplo da classe política.
“O jeitinho” é prepotência em tom de brincadeira, tanto mais perverso por que sarcástico alegremente imbecilizante , que não só passa os outros para trás, mas ainda se ri deles.
A estrutura do parasitismo na cultura lúdica refere-se à dificuldade de pagar a conta. Diverti-se é bom, mas tudo custa alguma coisa. Na cultura lúdica, busca-se empurra a conta para os outros. Signo perfeito dessa marca é o empréstimo que nunca mais volta.
O cidadão tem o direito de ser atendido no horário previsto. O que vemos é o massacre dos humildes às portas de repartições públicas como Previdência Social, hospitais públicos, escolas publicas. É triste esperar um dia inteiro na fila.
Fazem parte dessa desigualdade elegante, entre tantos exemplos: o modo como se lida com presos e adolescentes infratores; a maneira como é tratada a população humilde nos hospitais públicos; a forma como se lida com o pedestre a rua; o jeito como se vê ainda o negro; o modo como se oferece serviços públicos pobre para os pobres; a maneira como a elite se cerca de séquito de pessoas estreladas; o jeito como a justiça trata os humildes e como a polícia trata o cidadão comum.
O mundo da TV contribui

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