Professor
A consciência, um representante interno das normas da sociedade na visão de Freud, permite que a criança se tornar um membro cooperante da sociedade. Mas uma a consciência pessoa também é um obstáculo ao longo da vida com a satisfação dos desejos instintivos do sexo e da agressão, desejos que se expressa seria imprudente tornar a convivência impossível. Para Freud, então, o desenvolvimento moral foi um Catch 22. Nós não podemos viver felizes sem consciência, mas também não podemos viver feliz com ela.
Essa concepção descentraliza a ideia de um eu “único” e coerente, ou seja, faz o ego perder sua mestria. A partir da concepção de um “eu” descentralizado, compreende-se que a mente não pode ser identificada por um único conjunto de crenças e desejos.
O abandono da ideia de um “eu” central, verdadeiro, tem como consequência a libertação da ideia de um “eu” compartilhado com todos os outros seres humanos, de uma natureza humana comum.
Nesse sentido, a busca pelo autoconhecimento não deve ser tida como uma tentativa de descobrir nossa essência, nossa natureza humana comum.
O trabalho de Freud focaliza, em grande parte, o campo da moral relativo ao privado. Freud nos ajudou a pensar na reflexão moral e na sofisticação como uma questão de autocriação, ao invés de como questão de autoconhecimento e, por isso, permite-nos traçar uma narrativa de nosso próprio desenvolvimento, da nossa luta moral idiossincrática, narrativa que apresenta muito mais à medida do nosso caso individual do que o