Produção de Texto

A língua como atividade social, histórica e cognitiva, de natureza funcional e interativa, não é um espelho da realidade nem um instrumento de representação dos fatos, mas uma forma de ação social e histórica que ao dizer também constitui a realidade.

A maioria dos autores que tratam a língua em seus aspectos discursivos e enunciativos, concordam que a comunicação verbal só é possível por algum gênero textual. Portanto, os diversos gêneros textuais existentes atualmente são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, constituindo a complexa sociedade contemporânea, que desenvolveu diferentes formas de expressão para designar os seus mais diversos aspectos, que demandam desde poemas, narrativas literárias, bulas de remédios a outdoors, discursos políticos, além da denominada cultura eletrônica, como o telefone, o gravador, a TV e a internet.

Contudo, seja um texto composto de signos verbais, sons, imagens ou formas de movimento, além da organização dos elementos, sejam eles lingüísticos ou não, para a construção de um sentido necessário, as sentenças devem estar inseridas em um contexto histórico-social em que foi produzido, de modo a traduzir um posicionamento dentro de uma realidade.

Não significa que os gêneros sejam instrumentos estanques, pois se caracterizam como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Os gêneros textuais são os textos materializados que encontramos em nossa vida diária, com características sócio-comunicativas, que surgem, situam-se e integram-se funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem. Importante distinguir os gêneros dos tipos textuais, expressão usada para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição, ou seja, pelos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas de texto, que se reduzem a meia dúzia de categorias, conhecidas como narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.

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