Produção cinematorgrafia e historia

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Produção cinematográfica e História Pública: Chico Rei (1985)

A presente comunicação se propõe analisar aspectos da relação entre a produção cinematográfica e História – em especial, a circularidade do conhecimento histórico inerente a produção fílmica e a História Pública. Chico Rei (1985, dirigido por Walter
Lima Jr.) narra a trajetória de Galanga/Chico Rei, líder tribal africano que foi escravizado para trabalhar em Minas Gerais, mas conseguiu se alforriar, adquirir uma mina de ouro e libertar outros cativos. Contudo, por inexistirem registros, essa história é considerada lenda. Não obstante, está enraizada no universo cultural mineiro, saindo da oralidade e sendo narrada em variados suportes (Francisco Mignone compôs a peça
Maracatu de Chico Rei, em 1934; Cecília Meireles a narrou em Romanceiro da
Inconfidência, em 1953; foi tema de escola de samba carioca Salgueiro, em 1963; se tornou romance histórico por Agripa Vasconcelos, em 1966) até ganhar a versão cinematográfica. Independente se lendárias ou não, as narrativas estão inscritas em um universo histórico: exploração do ouro nas Minas setecentistas. Ao filmar um tema histórico, parte-se de um conhecimento já existente, produzido não exclusivamente pela historiografia, mas também por áreas como a literatura; a música; as tradições populares; o carnaval. O diálogo entre suportes variados do conhecimento histórico e a produção historiográfica, necessários a realização de um filme com tema histórico, delineia o espaço da História Pública, compreendida como uma maneira em se produzir e divulgar o conhecimento histórico (LINDDIGTON apud ALMEIDA & ROVAI,
2011). Efetivamente, essa maneira se realiza por meio da transdisciplinaridade, cuja abordagem do passado ocorre por meio da problematização de viés histórico, condutora dos variados profissionais envolvidos na construção da narrativa histórica. O filme de gênero histórico, ou seja, que se sustenta em acontecimentos históricos, porém sem

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